28 de setembro de 2011

Ophthalamia - Dominion (1998)

Origem: Suécia

Estilo: Black/Death Metal

A preparação para uma mudança de domicílio quase sempre nos proporciona um resgate de coisas que estavam perdidas, ocultas no fundo de uma gaveta, ou dentro de uma caixa suja de papelão, e que uma vez trazidas à tona, carregam consigo uma torrente de lembranças de um tempo que, infelizmente, não volta mais...


Pois foi nessa situação que acabei encontrando 2 caixas de velhas fitas K-7 (se você tem menos de 18 anos de idade dificilmente deve ter visto esse arcaico e altamente perecível instrumento de reprodução sonora), todas gravadas na segunda metade dos anos 90, época mais headbanger deste que vos escreve. Algumas preciosidades que eu não ouvia a mais de uma década, a maioria esquecida do público do metal underground atual.


E o disco em questão é uma dessas jóias do metal extremo dos anos 90, abandonada às traças pelo tempo. O Ophthalamia tocava um estilo difícil de rotular, ora remetia ao chamado à época “death/black”, sendo os conterrâneos do Dissection a banda desse estilo a alcançar maior projeção no cenário mundial, ora apostava em um som mais cadenciado e melódico, enquadrando-se no falecido rótulo “Dark Metal”, lembrando os gloriosos momentos de “Triarchy Of The Lost Lovers”, obra-prima incompreendida dos gregos do Rotting Christ (cabe também uma resenha desse disco, hein Leonardo Milan!!).


Não se deve deixar-se enganar pela estranha faixa de abertura. Lenta e limpa, com uma guitarra solo bem melódica e vocal declamado, invoca uma atmosfera melancólica que acaba destoando um pouco do que vem a seguir. Eu acho a música excelente, mas parece ser mais um sintoma de uma doença típica que afetava as bandas da época, a famigerada “síndrome da introdução atmosférica”.


A segunda faixa, Time For War, já mostra o que se ouvirá por todo o álbum: Uma sucessão de riffs empolgantes e melódicos, com aquela pegada característica das bandas do chamado “Gothenburg Sound”, cozinha simples e eficaz, vocais rasgados típicos do black metal, e solos de guitarra econômicos e certeiros. As letras não fogem muito dos clichês do estilo: guerra, sangue, morte, escuridão, e o blábláblá de sempre. A velocidade das músicas é cadenciada, sem o uso de blast beats, privilegiando o peso dos power chords. A produção é excelente, pesada e cristalina, remetendo à produção de medalhões do metal sueco da época, como Hypocrisy e Dark Tranquillity.


Um excelente álbum de uma banda que passou batida pela mainstream metálico da época, merecendo uma revisitada por todo banger apreciador de sonoridades mais extremas. METALLL!!!!




2 comentários:

leonardo milan disse...

Ah, o Rotting Christ está na minha lista, certamente.

Renatão disse...

Lista...

Lista é coisa da Sonic Flower, sua bichola!