27 de outubro de 2013

Carcass - Surgical Steel (2013)

Todo “disco de retorno” de uma grande banda, sempre gera muita expectativa. Não foi diferente com “Surgical Steel”, primeiro disco de inéditas da banda Carcass desde 1995. Considerada uma das bandas pioneiras em não só um, mas dois estilos de Metal, o Grindcore e o Death Metal Melódico, o grupo carregava a expectativa de um novo disco desde que a banda se reuniu para voltar a excursionar em 2007. Muito se especulava sobre qual seria a direção musical que o disco tomaria, se uma visita aos primórdios calcados na selvageria Grind, ou uma continuação do que vinha sendo feito nos últimos discos. Em declarações para a imprensa, os integrantes afirmavam que o disco seria o elo entre os dois estilos, algo entre o “Necroticism” e o “Heartwork”.
E é isso exatamente o que se pode dizer após se ouvir os 47 minutos do disco. Apesar da influência do grindcore ser discreta, ela está lá, quase que como uma impressão de DNA do som característico do Carcass. Mas a parte interessante é que o estilo do disco é bem mais cru e direto do que no próprio “Heartwork”, com mais influências do Thrash e do Metal tradicional do que do Death melódico. Ou seja, funciona exatamente como a ponte entre os dois mundos que a banda viveu durante sua história.
“Surgical Steel” basicamente tem tudo que um fã de Metal pode querer. Estão lá as partes mais rápidas e agressivas, os solos altamente técnicos de guitarra, as harmonias dos leads de guitarra que você vai assobiando junto, os riffs cromaticamente dissonantes pra dar nó na cabeça, a precisão cirúrgica na bateria e os já característicos grunhidos do vocal de Jeff Walker. É impressionante a facilidade com que o som se transforma de um estilo no outro em questão de segundos, sempre mantendo a unidade e a coerência da proposta do disco.

Parece que 2013 foi realmente o ano das bandas veteranas lançarem discos impressionantes, e mandarem um recado pra essa geração de ‘alargadores na orelha + cabelos esquisitos + uma frase non-sense como nome da banda’: “Crianças, observem como se deve fazer um verdadeiro disco de Metal...”
Lucas Peixoto.

Um comentário:

Leonardo Milan disse...

Eu achei um álbum muito, muito fraco. Sem a inspiração de outrora, sem a brutalidade de antigamente.
Empurraram a parte melódica goela abaixo do ouvinte...